quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mau gosto: uso de peles volta às passarelas. Dá pra acreditar?

Tem uma tal temporada de moda acontecendo no Rio de Janeiro trazendo as tendências para o outono e inverno e junto, uma grande polêmica ambiental: o uso de peles verdadeiras. Três estilistas levaram peles às passarelas, são eles: CARLOS MIELE, que usou raposa e coelho, PATRÍCIA VIEIRA, que apresentou roupas de pele de cabra e coelho e VICTOR DZENCK, com pele de chinchila tingidas de rosa, vermelho e azul.
As argumentações dos estilistas para um assunto tão controverso foram as mais variadas: "o uso de peles é um dos hábitos mais antigos da humanidade", ou então, "crio coleções para mulheres cosmopolitas que podem estar no Brasil ou em qualquer outrro lugar do mundo" ... Imagina você, no Rio de Janeiro, assitindo a um desfile de moda em que as modelos estão usando pele? O inverno brasileiro é ameno e não haveria razão para o uso de peles verdadeiras. Além de antiecológico, é no mínimo, brega! Carlos Miele, questionado se poderia utilizar peles sintéticas, respondeu: "nenhuma tinha o mesmo efeito que a pele verdadeira". Aff ...
O lado da vítima:
De acordo com Ingrid Eder, gerente de campanha da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, em inglês), os animais que são criados para a produção de pele são submetidos a maus tratos e não há morte indolor. As chinchilas são eletrocutadas ou têm os pescoços deslocados. Agonizam conscientes, enquanto a pele é retirada. 
(Triste) NEGÓCIO - Apesar do clima, o uso de peles no Brasil é promissor. O país é o segundo maior produtor de peles de chinchila, atrás da Argentina. (Só nesses casos é que ficamos em boa posição. Já na educação, saneamento básico sempre somos lanterninha). O deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP) autor de um projeto de lei que proíbe o abate de chinchila para o comércio de pele, afirma que já participou de apreensões de animais até em São Paulo. Segundo conta, "eram 400 chinchilas, confinadas em gaiolas num apartamento no Bom Retiro".
Dinheiro não é sinônimo de bom gosto: Luiz Mori é proprietário do Atelier de Peles, que há mais de 60 anos armazena  casacos de pele natural de famílias tradicionais de São Paulo. Cada peça pode custar de R$4 mil a R$20 mil, mas existem casacos de até R$100mil, feito de zibelina russa. (Por isso que eu digo que Deus dá asa pra cobra). E só pra fechar essa notícia com chave de ouro, a última declaração desses que defendem o uso de pele verdadeiras: "A pele natural tem qualidade superior. É muito mais chique que a sintética".

Se dependessem de mim, esses estilistas iriam morrer de fome.

Fonte: Jornal "O Estado de São Paulo", Afra Balazina, Andrea Vialli, Ana Bizzotto. 12/01/2011.

ZIBELINA RUSSA
             

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